O artigo sobre a Educação, Mídias Sociais e Gerações Interativas foi escrito pelo professor Michel Goulart, editor do site História Digital.

Várias pessoas interconectadas

Imagem meramente ilustrativa

Educação, Mídias Sociais e Gerações Interativas

Se eu fosse questionado sobre três palavras que, em minha opinião, serão exaustivamente repetidas no decorrer do século XXI, acho que não teria dúvidas em responder: educação, meio-ambiente e mídias sociais. Neste artigo, vou abordar o que são mídias sociais e o impacto que elas podem ter na educação de nossos jovens.

Primeiramente, vamos ao conceito de mídias sociais. Trata-se da produção de conteúdos de forma descentralizada e sem o controle editorial de grandes grupos. Significa a produção de muitos para muitos. As ferramentas de mídias sociais são sistemas online projetados para permitir a interação social a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de informação nos mais diversos formatos.

De certa forma, o conceito de mídias sociais se confunde com as redes sociais e as ferramentas da chamada web 2.0, ou seja, redes sociais como Twitter, Orkut, Facebook, MySpace, assim como ferramentas como Wikis, Fóruns e Blogs. As mídias sociais estão mudando a forma como os conteúdos são produzidos e consumidos.

Tempos atrás, as mídias tradicionais eram produzidas por grandes marcas, empresas ou entidades, enquanto que o telespectador/ouvinte/leitor recebia as informações passivamente. Com a massificação das mídias sociais, houve uma mudança na forma como as tradicionais se comportam. Temendo ser eclipsadas, as mídias tradicionais já buscam se adaptar, buscando o consumidor direto nas redes sociais.

Recentemente, tive a oportunidade de participar do Campus Party – o maior evento de inovação tecnológica e internet do mundo -, à convite da Fundação Telefônica, em São Paulo. No evento, muito se falou a respeito das chamadas gerações interativas, ou seja, jovens que já nasceram imersos na internet, são multitarefa e utilizam com espantosa facilidade as mídias sociais.

Alguns preferem utilizar o termo “geração z”. Creio que a denominação pouco importa. Mais importante é o impacto cultural que esta geração vai ter nos próximos anos. Estes jovens vivem cercados de ferramentas tecnológicas. Dados do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (CETIC) mostram que os cidadãos entre 10 e 24 anos são maioria na rede, passam em média três horas por dia na frente do computador e costumam ser usuários habituais de redes sociais.

Considerando esses números, é grande a responsabilidade de pais e professores para orientar ao uso seguro dos recursos digitais. Diante de tanta informação, a internet pode ser tornar um labirinto indecifrável e muitas vezes perigoso. Para as escolas, criar mecanismos para que o corpo docente use e domine as novas tecnologias e mídias sociais é mais do que uma necessidade – é uma responsabilidade social.

Os professores têm, diante de si, mais um grande desafio: abrir caminho diante das mídias sociais para alcançar o aluno; explorar recursos da web 2.0 para interagir com este público cada vez mais conectado e, desta forma, servir-se à tarefa de aprender e desaprender.

Este artigo foi publicado em alguns jornais locais e regionais.