Neste resumo, você vai conhecer aspectos históricos relacionados à antiga civilização da Índia Antiga, seus períodos históricos, seus aspectos culturais, o papel do budismo e do hinduísmo. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros.

Antecedentes

A Índia é uma vasta península, localizada no sul da Ásia, situada entre o Oceano Índico e a Cordilheira do Himalaia. Seu meio físico é caracterizado pela diversidade e complexidade das condições naturais. Dentre seus rios se destacam o Indo e o Ganges, de grande importância econômica e berço dos primeiros habitantes da Índia. Os hindus consideram o rio Ganges sagrado e suas águas são utilizadas para a purificação.

Os drávidas, de origem desconhecida, habitavam a região e formaram uma poderosa civilização urbana que remonta a 4 mil anos antes de Cristo. Possuíam sistema de esgoto e dominavam o cultivo de arroz. Por volta de 1500 a.C., os árias, povo de língua indo-europeia e que tinha o sânscrito como sistema de escrita. Eram grandes guerreiros e pastores e acabaram dominando os drávidas.

As lutas travadas pelas tribos árias são descritas no poema épico Ramayana. Os sacerdotes árias criaram o sistema de castas. Consideravam-se “nascidos duas vezes” querendo com isso dizer que eram nobres de grande importância.

Política

A Índia antiga não era um país unificado. Compreendia grande número de pequenos estados independentes governados por monarcas denominados rajás. Em época de guerra, reuniam-se em torno de um marajá. No século IV a.C. Chandragupta inicia o processo de unificação da Índia antiga, através da conquista de inúmeros territórios. Em 185 a.C. o reino se fragmenta novamente em vários estados independentes.

Em 320, a dinastia Gupta assume a hegemonia da região e a cultura hindu atinge seu apogeu. A partir de 535, começa o domínio estrangeiro na região, e a Índia antiga vai ser dominada por vários povos, como hunos, mongóis e árabes. Em 1619, os ingleses estabeleceram sua primeira feitoria na Índia, iniciando seu domínio na região através da Companhia das Índias Orientais. Em 1858, a Índia passou para o controle do governo inglês.

Em 1947, a Índia conquistou definitivamente a sua independência, livrando-se do domínio inglês.

Sociedade

A sociedade indiana se caracterizava por um rígido sistema de castas, absolutamente fechadas, onde cada membro exercia função especifica e viviam em lugares diferentes. As castas eram divididas em brâmanes, sacerdotes considerados puros; e os xátrias, guerreiros que, segundo a tradição hindu, protegiam a todos contra a maldade.

Haviam também os vaixás, lavradores, comerciantes e artesãos; e os sudras, servos e escravos. Os chamados impuros, ou párias, não pertenciam a nenhuma casta. Os párias, geralmente, eram prisioneiros de guerra, nascidos de uma união de pessoas de castas diferentes ou expulsos de suas castas por terem violado as leis religiosas.

Eles não podiam viver nas cidades, ler os livros sagrados e banhar-se nas águas do Ganges. Além disso, realizavam trabalhos considerados impuros como lidar com esterco, com esgoto e com a cremação de cadáveres.

Economia

A agricultura era base da economia da Índia antiga. Cultivavam-se arroz, trigo, cevada, algodão e frutas como a tâmara. As terras de cultivo eram irrigadas através de grandes canais. A criação do gado era uma importante ocupação dos indianos. Seus rebanhos de vacas, carneiros e porcos formavam uma de suas principais fontes de riqueza.

Os indianos também fabricavam tecidos de algodão e lã, produziam porcelana, objetos de marfim, vasos e estatuetas. Estes produtos eram de uso pessoal ou comercializados. O comércio indiano era desenvolvido, comercializavam com os povos do Oriente Médio, gregos e romanos. Exportavam tecidos, ornamentos, pérolas, perfumes e, principalmente, as especiarias.

Vale lembrar que os portugueses cobiçavam as especiarias indianas, sendo que estas foram um dos motivos da Expansão Marítima – ou Grandes Navegações –, a partir do século XV.

Religião

A religião indiana era diversificada, tendo se destacado o vedismo, o bramanismo, o budismo, o jainismo e o islamismo, introduzido na região a partir da expansão dos árabes muçulmanos. O vedismo é uma religião indiana primitiva, que cultuava as forças da natureza, como o fogo, o ar, o trovão, o sol, a água. Acabou sendo superado pelas outras doutrinas.

O bramanismo, ou hinduísmo, foi introduzido pelos árias e não acabou com os deuses antigos, mas estabeleceu a existência de um ser universal, Brame. Pregava a crença na reencarnação e no sistema de castas. O bramanismo diz que o homem nasce predestinado a ocupar uma determinada posição social, ou seja, pertencer a uma determinada casta. Além disso, a alma da pessoa renasce de acordo com a sua conduta em vida.

O jainismo, criado por Jina, o Vitorioso, pregava que o indivíduo não precisa cuidar do corpo, deve dizer a verdade e não ter propriedades. Pregava o triunfo do espírito sobre os instintos e paixões.

O Budismo

O budismo, fundado por Buda, é mais uma doutrina filosófica do que propriamente uma religião. Representa uma reação contra a antiga religião do bramanismo. Até hoje, o budismo constitui a base da vida moral de muitos indivíduos e sua doutrina tem um caráter democrático, pois não faz distinção entre raças ou castas diferentes.

Esta doutrina nega a existência de deuses, condena a ignorância e a divisão da sociedade em castas, prega a meditação e o amor ao próximo, o respeito à lei e a tolerância. Sidarta Gautama, o Buda, foi filho de um importante rajá. Aos vinte e nove anos, renunciou à vida de prazeres, poder e riqueza e tornou-se monge, adquirindo vários discípulos que escreveram seus ensinamentos.

Dentre estes ensinamentos, está a busca pelo nirvana, estado de verdadeira felicidade na vida. Porém, para alcançá-lo, é necessário dominar todas as paixões e desejos humanos. Buda morreu em 544 a.C.

Legado cultural

Assim como em outros aspectos, a cultura indiana também era rica e variada, com destaque para as ciências, como a matemática e a astronomia. Na matemática, os indianos conheciam a extração da raiz quadrada e cúbica e a solução para equação de 2º grau. Os chamados algarismos árabes são de origem indiana.

Na astronomia, a partir do século V, os indianos estabeleceram que a terra era esférica e identificaram o movimento de rotação. Além disso, criaram um calendário de 360 dias, 12 meses e intercalavam de 5 em 5 anos um mês de 25 ou 26 dias.

Os indianos também tiveram grande destaque nas artes, na arquitetura e na literatura. A Índia apresenta uma das mais peculiares e fascinantes culturas, que se mantém viva há mais de 5 mil anos.