A prova de Ciências Humanas do Enem ocorreu no último dia 04 de novembro, repleta de discussões e polêmicas acerca do seu conteúdo. Dentre as questões de História, destaca-se uma em que podemos observar o velado fascismo de Getúlio Vargas.

A questão 54 (Prova Branca) apresentou um cartaz de propaganda de Getúlio Vargas, durante o governo do Estado Novo (1937-1945). Nele, Getúlio se dirige a jovens, desejando que eles manifestem amor à pátria, visando o seu êxito no futuro.

Enem e o velado fascismo de Getúlio Vargas

Na referida questão, a resposta correta é: conquistar a aprovação política por meio do apelo carismático. Em outras palavras, faz referência à prática populista de construir a imagem do governante como estando alinhada aos interesses do povo.

No entanto, o que a questão esconde – deliberadamente ou não – é que Vargas, durante o governo do Estado Novo, foi um político claramente inspirado no fascismo europeu. Isto pode ser evidenciado, por exemplo, na outorga da Constituição de 1937. Este documento foi chamado de ‘Constituição Polaca’ por ser inspirado no modelo fascista polonês.

Além disso, o nome ‘Estado Novo’ foi tomado de empréstimo do regime ditatorial implantado por Antonio Salazar, em Portugal.

Poderia citar, também, o controle da propaganda e da mídia, a perseguição a opositores políticos, a centralização do poder na mão do Estado e o culto ao líder, que fez de Getúlio Vargas um verdadeiro ‘Führer tupiniquim’. Veja, por exemplo, a semelhança na imagem abaixo.

Enem e o velado fascismo de Getúlio Vargas

Portanto, Vargas não foi apenas um líder com apelo carismático. O seu carisma e sua aprovação política foi sustentado pelos mesmos métodos que fizeram o fascismo obter êxito na Europa. Pelo menos, durante parte do seu governo.