Neste resumo, você vai conhecer a história do império dos maias, uma das civilizações mais misteriosas da América Central. Você vai aprender sobre sua organização política, social, econômica e sua cultura. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros

A civilização maia foi uma cultura pré-colombiana que existiu na América Central. Seus domínios compreendiam os atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do México). Isoladas e distantes da influência europeia, as cidades maias cresceram e sua cultura teve um grande desenvolvimento, formando uma das mais ricas civilizações de que se tem registro.

Os maias organizavam governos independentes. Sua expansão territorial e urbana encerrou-se no século X, quando uma inexplicável fuga da população esvaziou os centros urbanos. Os maias começaram a formar sua civilização por volta de VII a.C. A decadência aconteceu por volta do século XIII, bem antes da invasão espanhola.

Segundo os historiadores, uma sucessão de secas e grandes desastres naturais decretou o esgotamento da civilização maia. Em 1511, quando os espanhóis chegaram à região, encontraram um povo em total desolação.

Política e sociedade

Os maias nunca chegaram a formar um império unificado, o que facilitou a invasão e domínio dos povos vizinhos, especialmente os toltecas. As cidades-Estado, independentes umas das outras, formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e religiosas da civilização. Dentre as principais cidades está Chichén Itzá, centro político e econômico do império dos maias.

A sociedade tinha uma divisão social muito rígida e hierarquizada. Os indivíduos que nasciam em determinado grupo social, assim permaneciam até a morte. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos).

Os camponeses, artesões e trabalhadores urbanos – que formavam a base da sociedade – faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

Economia

O grande desenvolvimento da sociedade maia pode ser explicado pelo controle e as disciplinas empregadas no desenvolvimento da agricultura. Dentre os alimentos que integravam a sua alimentação, podemos destacar o milho – produto de grande consumo –, o cacau, o algodão e o feijão.

Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Para ampliar a vida útil de seus terrenos, os maias costumavam organizar um sistema de rotação de culturas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. O artesanato também se destacou, através da fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

Religião

Os maias acreditavam em muitos deuses, aos quais dedicaram grandes templos. Para eles, o destino dos seres humanos era comandado pelos deuses. Sua principal divindade era Itzamna, o senhor do céu. Seguiam-se o deus do sol, a deusa da lua, o deus da chuva, o deus do vento e da vida, e o deus da morte.

Cultuavam também divindades ligadas à caça e à agricultura, como o deus do milho. A essas divindades eram oferecidos alimentos diversos, sacrifícios de animais e de seres humanos, praticados. A arquitetura monumental desse povo esteve sempre muito ligada à reafirmação de seus ideais religiosos. Várias colunas, arcos e templos eram erguidos em homenagem ao grande conjunto de divindades.

Para os maias, o jogo também tinha caráter sagrado, simbolizando a luta da luz contra as sombras. Neste sentido, criaram o pok ta pok, um jogo de pelota (bola), considerado pelos historiadores o principal esporte maia.

Legado cultural

Os maias foram responsáveis por grandes avanços culturais, em várias áreas do conhecimento. Elaboraram um eficiente calendário que dividia o ano em 365 dias. Na matemática, seu sistema numérico era vigesimal, ou seja, os números eram agrupados por vintena. Eles também inventaram o número zero, o que lhes permitiu fazer cálculos mais complexos.

Em astronomia, calcularam a duração da rotação do planeta Vênus, as fases da Lua e fizeram tabelas com as quais previam eclipses solares. A escrita maia, até hoje praticamente indecifrável, se baseava em desenhos e pinturas, que podiam representar objetos ou ideias. Os maias não tinham alfabeto.

Os calendários maias

Além do sistema de escrita, outro aspecto que intriga os pesquisadores são os calendários. Os maias possuíam dois calendários, um relacionado à vida religiosa e outro que seguia os eventos da agricultura. O calendário religioso, chamado de Tzolkim, possuía um ano composto por 260 dias, dividido em 13 meses (cada mês tinha 20 dias). Esse calendário era orientado pela Lua e repleto de previsões astrológicas.

O calendário agrícola, por sua vez, era chamado de Haab. Possuía 365 dias de acordo com o ano solar. Era dividido em 18 meses de 20 dias, além de 5 dias destinados a festas. Importante ressaltar que os dois calendários não funcionavam separadamente. A cada 52 anos solares, eles se sincronizavam matematicamente pelo planeta Vênus.

A cada 3.172 anos solares ocorria o encontro do início destes dois calendários. Para os maias, este período simbolizava o início de uma nova Era. Um aspecto marcante do império dos maias.