Galera, hoje partimos, eu e minha namorada Camila Nazário, para um circuito histórico em Santa Catarina. Claro que não vai ser apenas histórico – senão a Camila me bate – mas a ideia é explorar um pouco da história de alguns lugares legais do Estado.
O circuito histórico parte do pressuposto que um professor de História precisa viajar, mesmo que muitas vezes os ganhos não correspondam ao tamanho da vontade. No decorrer do trajeto, vou abordar um pouco da história de cada localidade e publicar as fotos. Este material será utilizado em sala de aula.
Percurso: de carro
Distância: ~ 1200 km
Cidades: Lages, Caçador, Blumenau, Pomerode, Joinville, São Francisco do Sul
Tempo: 20/07 – 23/07
#Destino 01: Criciúma – Lages (20/07)
Trajeto
Saímos de Criciúma às 7h30min e chegamos por volta de 12h30min. Fizemos a burrada opção de seguir a rota Treviso – Lauro Muller. A estrada estava de chorar, toda esburacada. Achei que ia quebrar o carro ali mesmo. Recomendo a rota via Cocal do Sul.
Quando chegamos em Lauro Muller, rumo à Serra do Rio do Rastro, foi só alegria. A natureza é deslumbrante e a paisagem, sinceramente, não deve nada para as montanhas européias. A subida da serra é um sufoco, a estrada é estreita, mas vale parar de vez em quando para bater umas fotinhos.
O planalto catarinense tem um ambiente tão diversificado que até parece outro estado, ou mesmo país. A vegetação de Araucárias domina a vegetação. Fizemos um pit stop no Snow Valley (sem neve, infelizmente). A viagem até Lages, passando por São Joaquim, foi tranquila. A rodovia SC438 é cheia de buracos. Espero que o próximo governador dê uma boa recapada na estrada. #ficadica
Lages
Lages é um dos pólos do planalto catarinense. Seu nome vem da pedra – laje – que era utilizada para fazer construções. Foi rota de tropeiros que levavam produtos do Rio Grande do Sul para vender em São Paulo, sendo fundada em 1766 por um bandeirante – Antonio Correa Pinto.
Gostamos da cidade, em tamanho é muito parecida com Criciúma, sem falar no frio congelante (brrr). Se parece com minha cidade, também, no hábito de fechar as lojas ao meio-dia e não ter almoço depois das 13h. Foi um choque quando perguntamos sobre almoço às 14h30min. No fim, tivemos que almoçar no shops.
Nossa tour pela cidade foi intensa. Percorremos boa parte do centro, passando pela bela catedral, memorial Nereu Ramos. Nereu nasceu em Lages e foi presidente do Brasil entre 1955 e 1956. Visitamos, também, o museu Thiago Castro. O museu foi uma surpresa agradável, pelo acervo variado, que vai desde utensílios domésticos dos antigos serranos, até armas utilizadas pelos pracinhas na Segunda Guerra Mundial. Recomendo a visita!
#Destino 02: Lages – Caçador – Blumenau (21/07)
Trajeto
SC282, BR470, foram tantos caminhos que até fizemos confusão. Mais de 450Km de estrada, o que correspondeu a quase 10h dirigindo. O caminho até Caçador parecia coisa de cinema, cenário europeu. Passamos por Fraiburgo, grande produtora de maçãs, e a cidade já despontava um certo ar germânico. Não gostamos da BR470, em direção a Blumenau. Estreita demais e quase nenhum trecho duplicado. Salvou o cenário maravilhoso do vale europeu.
Caçador
Caçador é uma cidade de povo simpático e atencioso. Essa foi a nossa primeira impressão. A cidade faz parte da região do contestado. O nome contestado é devido ao fato dessa área ter sido reivindicada (contestada) pelo Paraná e Santa Catarina. No fim, Santa Catarina levou a melhor. Fomos à cidade para ver, especialmente, o Museu do Contestado, e saber mais a respeito da Guerra do Contestado.
A guerra do Contestado tem origem na tentativa de instalar uma estrada-de-ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. O arrendamento de terras pela empresa responsável gerou uma tensão entre os habitantes locais. A participação de “monges” deu um toque messiânico ao movimento, que durou quatro anos.
Blumenau
Blumenau foi colonizada por Hermann Otto Bruno Blumenau e mais 17 imigrantes alemães em 1850, de acordo com a tradição oficial. O resultado é uma cidade lindíssima, com traços culturais fortes e, claro, trânsito caótico, como toda boa grande cidade. É considera a Alemanha tropical, e a arquitetura não nega a denominação.
É a cidade da famosa Oktoberfest, importada de Munique. Mas, como não estamos em outubro, o negócio foi curtir o roteiro histórico da cidade. Conhecemos a ponte Aldo Pereira, o relógio das flores, a bela catedral São João Batista, o museu da cerveja (o melhor de todos ;), a Igreja Luterana e muito mais.
#Destino 03: Blumenau – Pomerode – Joinville (22/07)
Trajeto
O trajeto foi tranquilo, boas estradas. Até descobrimos onde o Chocoleite é fabricado – Jaraguá do Sul. Antes de chegar em Joinville, meu carro foi alvejado por uma pedra lançada pelo caminhão da frente. Resultado: pára-brisa trincado.
Pomerode
Pomerode é uma cidade que foi colonizada por alemães provenientes da Pomerânia. É considerada a cidade mais alemã do Brasil. A passagem por lá foi rápida. Apenas almoçamos e partimos para Joinville.
Joinville
Joinville é a maior cidade de Santa Catarina, a maior economia e uma das cidades com maior IDH do país. Quer mais? É a única no mundo que possui uma filial do balé bolshoi, da Rússia. E tava rolando o festival de dança quando chegamos. No hotel onde ficamos, tinham vários dançarinos hospedados.
#Destino 04: Joinville – São Francisco do Sul – Criciúma (23/07)
Trajeto
O trajeto até São Francisco do Sul foi tranquilo. Em relação à BR101, um elogio e uma crítica. O trecho que vai de Joinville a Palhoça está inteiramente duplicado. Maravilhoso. Agora, o trecho até o sul do estado é lamentável. Muita demora para terminar a duplicação, além de termos que pagar pedágio por um serviço inconcluso. Ei, governo federal e estadual! Qualé!
São Francisco do Sul
São Francisco do Sul tem mais de 500 anos e foi o primeiro núcleo de povoamento de Santa Catarina. Goneville e Sólis foram alguns dos navegadores europeus que por lá aportaram. Talvez por essa relação com o mar, a cidade abriga um museu alucinante, o Museu Nacional do Mar. É o maior da América Latina em tamanho e o maior do mundo em diversidade. Simplesmente fantástico! Vale a visita.
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