O livro: O Brasil no Contexto (1987-2017) foi escritor por autores que já trabalham com a editora Contexto há alguns anos e procuram analisar as transformações nos últimos 30 anos no Brasil, em áreas como educação, alfabetização, sociedade e redemocratização, violência, economia, entre outras.

Livro: O Brasil no Contexto (1987-2017)

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A estrutura do livro

O livro foi lançado pela Editora Contexto, no Brasil, em 2017. Contém 216 páginas, divididas em 16 artigos produzidos por vários autores, como Jaime Pinsky, Nelson Piletti, Milton Leite e Leandro Karnal.

Frases marcantes

– “[Não importa] quantos livros se publica, mas sim o fato de que cada um deve se tornar um acontecimento cultural.” (p. 17).

– “A nova Constituição [1988] tem muito mais artigos relativos a direitos do que artigos relativos a deveres.” (p. 22).

– “[…] há 30 anos evoluímos na democracia mas perdemos a capacidade de, como nação, elaborarmos e viabilizarmos um projeto nacional.” (p. 60).

– “O Brasil é considerado mais letal do que países em guerra e praticamente metade […] da sua população tem medo de ser assassinada.” (p. 144).

– “Nem o futebol, no país do futebol, tem planejamento, organização e política para chegar nos resultados, contando sempre com a sorte para que novos craques surjam para resolver tudo.” (p. 166).

Veredito: bom ou não?

Apesar de cumprir a proposta de apresentar as mudanças pelas quais passou o Brasil, em diferentes áreas, nos últimos trinta anos, o livro trata destas mudanças de maneira bastante superficial. Isto pode ser justificado pela amplitude de temas abordados. Parece ter sido escrito às pressas.

Por outro lado, apresenta gráficos, estatísticas e é bastante informativo. Os artigos que mais gostei foram “Família”, de Ana Scott; e “Negros”, de José Rivair Macedo. O artigo de Ana Scott apresenta vários conceitos interessantes para quem deseja entender as mudanças na estrutura da família, ocorrido nos últimos anos.

O artigo de José Rivair Macedo, por sua vez, apresenta informações sobre o movimento negro brasileiro e sua formação histórica. Apresenta, também, as leis que tornaram obrigatório o ensino de cultura afro-brasileira e indígena na escola; e aquela que institui as cotas raciais e sociais. Concordando ou não, a informação é útil.

O artigo final, de Leandro Karnal, parecia, inicialmente, o mais “cumpre tabela” de todos. O autor trata, basicamente, dos projetos realizados com a editora desde 1987. Porém, o conhecimento histórico e as referências historiográficas acabam salvando o texto final.

Enfim, o livro é interessante e apresenta dados importantes para quem quer conhecer o Brasil dos últimos trinta anos. Apesar de um tanto quanto superficial, com a impressão de ter sido elaborado às pressas, ele cumpre bem a proposta.