O poeta alemão Bertold Brecht já dizia: “Pobre país aquele que não tem heróis”. É partindo desta premissa que o projeto Heróis do Brasil busca, através de diferentes mídias e linguagem audiovisual, narrar a história de pessoas que lutaram pela independência do país, no século XIX.
O objetivo do projeto, elaborado pela Abrolhos Cultura e Entretenimento, é fazer com que os jovens conheçam os heróis e episódios relacionados com independência da Bahia, entre 1822 e 1823. Afinal, é importante que o país enfatize a sua cultura, seus valores e os seus heróis.
A primeira parte do projeto trata da guerra pela independência da Bahia. Mesmo com o grito do Ipiranga, em 07 de setembro de 1822, Portugal se recusou a abrir mão da província da Bahia. Para garantir a independência, boa parte do povo pegou em armas contra as tropas portuguesas. Este conflito revelou guerreiros extraordinários, como
- Maria Quitéria, que se disfarçou de homem para lutar contra os portugueses;
- João das Botas, que defendeu o Rio Paraguaçu em embarcações precárias e em menor número;
- Maria Felipa, conhecida como heroína negra da independência, lutou pela defesa da Ilha de Itaparica.
No vídeo abaixo, produzido pelo projeto, Maria Quitéria corta seus cabelos para participar da guerra
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De arrepiar, não é?!? Dentre as motivações do projeto, está o fato de que a grande maioria destes heróis não consta nos currículos escolares. Busca-se, assim, o resgate do herói genuíno brasileiro em uma época onde é comum a importação de valores de heróis estrangeiros.
Além disso, A difusão dos heróis é também um meio de aprendermos sobre as suas culturas locais, os costumes da época, contextos históricos, artísticos e tecnológicos.
Redes Sociais
O projeto já conta com engajamento do grande público em várias redes sociais. As principais plataformas e produtos são:
- Blog: Aqui se encontra todo o material de pesquisa do projeto. Textos, imagens, vídeos. A página é atualizada, em média, duas vezes por semana.
- Facebook: A rede social consiste na interface com o público. Ali são replicados os conteúdos do blog, mantendo diálogo com a audiência.
- Youtube: Canal que concentra toda a produção audiovisual do projeto.
- Pílulas de Animação: Com o objetivo de alcançar e cativar o público mais jovem o projeto pretende desenvolver pequenas pílulas de animação para chamar a atenção dessa audiência.
Documentário
O projeto pretende lançar um documentário sobre a Guerra de Independência da Bahia. Apesar de boa parte de o material ter sido captado, ainda faltam verbas para cobrir custos da edição de imagem, edição de vídeo, edição de som, correção de cor, locução, pesquisa de imagens de cobertura.
Para cobrir os custos, o projeto conta com a colaboração do grande público, em forma de doações a partir de R$ 10,00. Com estas contribuições, pretende-se lançar o documentário no dia 02 de julho de 2013, dia em que se comemora a independência da Bahia.
A retribuição pelas doações é variada. Você pode ter o seu nome nos créditos do documentário, fazer o download da trilha original, receber camisetas, DVD do filme e até ganhar um livro autografado pela historiadora Mary Del Priore.
Camiseta da Maria Quitéria
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Mulan brasileira= Maria Quitéria?
Acho que é por aí, guardadas as devidas proporções
“O Brasil é carente de heróis para os jovens e crianças. E heróis são elementos fundamentais para nossa formação e cultura”, defende. Estes e outros personagens, como a guerrilheira negra Maria Felipa, são interpretados por atores em vídeos que contam episódios e curiosidades da época. No blog e no documentário, principais fios condutores do projeto, estão organizados todo o material de pesquisa. Já o aplicativo explora a história da marinha imperial brasileira.
Até o poderoso e pioneiro EUA precisou de uma mãozinha estrangeira também.
E por falar em dependência de estrangeiros que movimentos de independencia na América tiveram, sugiro muito ver o filme Queimada, que trata da libertação de um país insular ficticio que seria colônia portuguesa no Caribe.
Forçar a rendição do inimigo por fome ou falta de reforços não foi tão glamuroso como as batalhas em terra que o Madeira de Melo venceu, mas ainda acho que devemos acender velas a 3 santos todo 7 de setembro: 1) ao Bonaparte 2) ao João VI 3) ao almirante Cochrane. E aos milhares de anônimos baianos, claro
Se a bahia foi precoce em querer a indepdendencia, Maranhão e Piaui não a desejavam, pelo menos não sua elite. Quanto ao povão da região , nem sabiam o que querer e o fato é que a indapdendencia não mudou muito suas vidas. Em Ma e PI, houve um Darth Vader. O general Madeira de Melo conseguiu receber reforços e fez o que se esperava de do lado lustiano da cosa, cumpriu a risca da ordem do recem-criado Parlamento portugues. E o gajo era competente e venceu diversos combates em terra até que o almirante aposentado da marinha inglesa: Cochrane (que inspirou o protagonista do filme Principe dos Mares estralado por Russel Crowe), contratado pelo Pedro I pra chefiar a recem-nascida Marinha do Brasil, esmagou todos (incluindo Uruguai e Ma-Pi do Madeira de Melo) pontos de resistência portuguesa simplesmente bloqueando todos os portos por onde recebiam suprimentos e reforços e perseguiu a marinha portuguesa até Tejo a dentro! A Marinha brasileira na época se tornou a segunda marinha do mundo! Cochrane não era nenhum Luke Skywalker e esmagou em nome do Imperio do Brasil varios levantes de patriotas brasileiros no Norte tb.
O Brecht na mesma obra em que diz “coitado do povo que não tem heróis”, afirma mais adiante ” coitado do povo que precisa de heróis”.
Fico muito grilado com as pessoas que erram a dose e, por causa de patriotadas, constroem heróis, feitos e dizeres que não foram reais “para o bem da pátria”. Coisas do tipo: Tiradentes com cara de Jesus sendo acusado de ser o LIDER da conjuração mineira. Ou Pedro I sobre um cavalo fogoso a declarar independência. Ou as pessoas esquecerem o papel central de um mercenário inglês na vitória de nossa guerra de independência. Ou Palmares e Canudos serem modelos de sociedade igualitária não-estatal. Ou traficantes brancos serem os vilões do escravismo brasileiro. Ou Santos Dumont (que não gostava de ser considerado brasileiro) ter inventado o avião antes dos Wright. E por aí vai. Devemos separar o mito da Historia.
Como diz um verso persa: A verdade ilumina a mente ,mas deixa o coração nas trevas.
A quem interessa que estes mitos virem verdade????
O verdadeiro herói deste país é o anônimo que tem que trabalhar distante de sua casa, sustentar três filhos (e alguns governantes corruptos) com salário indigno, para dar plantão ou aulas. Ou o atleta sem patrocínio que teima em quebrar recordes feitos por bem-nutridos e patrocinados atletas de nações dominantes.
Sim, eu conhecia a segunda parte do adágio, mas não utilizei por fugir ao contexto do projeto. Mas concordo com você, é necessário acertar a dose: nem exaltar demais, nem ignorar demais.
Quero conhecer o projeto, pois acho primordial o conhecimento dos personagens que construíram esta pátria.
Pois é, Edimara. Este projeto traz uma perspectiva bem legal sobre estes personagens!