Segunda-feira (27/08), os alunos do Ensino Médio do Colégio Marista de Criciúma tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o Renascimento Cultural, através de uma exposição realizada pela organização Nova Acrópole. O ênfase da exposição foi destacar a filosofia renascentista, e como ela se manifestava através dos pensadores da época e suas obras. Vamos fazer um breve resumo do que foi abordado.

Exposição sobre a Filosofia do Renascimento

O Renascimento Cultural buscou resgatar as crenças e valores da antiguidade clássica greco-romana, pois a Idade Média era considerada, pelos renascentistas, um período de baixa produção cultural e pouca criatividade. Por este motivo, através do Concílio de Ferrara, 700 homens e mulheres – a maioria intelectuais, artistas e pensadores – saíram de Constantinopla para a cidade de Florença, na Itália. Iniciava-se, assim, o Renascimento Cultural.

A Itália foi o berço deste movimento e Florença era a cidade de navegadores que, desde a antiguidade, cruzavam o Mar Mediterrâneo em busca de mercadorias e novas culturas. Um verdadeiro celeiro de novas ideias. Nesta cidade, a riqueza da família Médici – em especial, Cosme de Médici – patrocinou uma nova maneira de pensar a arte e a cultura.

Cosme de Médici foi patrocinador do italiano Marsílio Ficino, um dos filósofos que resgatou o pensamento de Platão. Aliás, este filósofo grego se tornou imensamente popular no Renascimento. Durante a Idade Média, eram as ideias de Aristóteles que despertavam interesse. Assim, Marsílio Ficino recebeu dinheiro suficiente para criar uma academia para debater as ideias de Platão.

O Renascimento Cultural trouxe consigo várias invenções que revolucionaram a humanidade, como a prensa móvel de Johannes Gutenberg, que permitiu a difusão de livros e publicações, retirando dos monges copistas o que poderíamos chamar de “monopólio da leitura”. Os conhecimentos bíblicos se difundiram rapidamente a partir do invento de Gutenberg.

A exposição também enfatizou, como não poderia deixar de ser, grandes nomes do Renascimento Cultural, como o filósofo Giordano Bruno. Sua tese do universo infinito fez com que Bruno permanecesse preso durante mais de 8 anos, sobrevivendo em uma pequena cela. O filósofo acabou morto na fogueira por inquisidores, mas não sem antes proferir a máxima: “podem prender o meu corpo, mas não podem prender a minha alma”.

No campo da arte, a genialidade de nomes como Michelangelo e Da Vinci se fazia evidente. Michelangelo procurava a rocha ideal para as suas monumentais esculturas, sendo que muitas obras representavam a conexão com sua alma. Da Vinci, com suas mais de 52 profissões, tinha tamanha preocupação com a estética que até o seu caminhar visava a perfeição, atraindo a atenção das pessoas nas ruas por onde passava.

No campo da literatura, Shakespeare e Camões criaram obras cuja essência emanava a busca pela sabedoria. É o caso da cruel dúvida shakespeariana em Hamlet: “ser ou não ser, eis a questão”. Se a língua inglesa deve muito a Shakespeare, a língua portuguesa o deve a Camões. Sua obra, entre outros elementos, introduz uma nova concepção de amor, que divergia do amor bíblico.

A exposição mostrou que os pensadores, artistas e escritores do Renascimento Cultural eram, acima de tudo, filósofos humanistas em busca da perfeição. Infelizmente, o movimento renascentista não teve um período de apogeu, abreviado pela crescente diminuição dos investimentos nas artes e na cultura, ao longo do século XVII.