A História nos mostra que, de tempos em tempos, aparecem profecias sobre o apocalipse ou fim do mundo. Algumas com enfoque religioso, outras não. Este fenômeno ocorre por vários motivos, dentre os quais a falta de controle que temos sobre o futuro ou existência. Um caso recente, que todos vão lembrar, ocorreu nas vésperas do dia 21 de dezembro de 2012, que fechou o ciclo de 5125 anos do Calendário Maia. Pensou-se que o mundo acabaria naquele dia. O temor ficou evidenciado na ação de algumas pessoas que passaram a se refugiar em abrigos secretos alguns dias antes, temendo um cataclisma ou coisas do tipo.

Passagem do Cometa Halley, em 1910

O que as pessoas ignoram é que, das profecias apocalípticas disseminadas desde os primeiros grupos humanos, todas fracassaram. Parece óbvio, mas é um dado que deveria ser considerado antes de tanto temor e comoção. Mesmo assim, rumores de fim do mundo voltaram a ser discutido recentemente nas redes sociais, devido ao meteorito que caiu na sexta-feira (15/02) em uma zona povoada da região russa dos Urais, onde deixou pelo menos 950 feridos e causou pânico entre a população. A princípio, os moradores pensaram se tratar de uma chuva de meteoritos, o que foi negado pela agência espacial russa. A maior parte dos danos foi por causa das janelas quebradas devido ao forte impacto do meteorito.

Um dia depois, uma bola de fogo foi vista no céu da baía de São Francisco, no litoral da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos. Da mesma forma, moradores da cidade de Rodas, província de Cienfuegos, em Cuba, disseram ter presenciado a queda e a explosão de um corpo celeste alguns dias antes. Não demorou muito para que o pânico do apocalipse voltasse com mais força que o próprio impacto destes corpos celetes. No entanto, vale lembrar que não foi a primeira vez que a passagem de corpos celestes foi associada ao fim dos tempos. No início do século XX, o cometa Halley causou uma preocupação ainda maior.

Em 1881, um astrônomo descobriu que a cauda de cometas têm um gás mortal, chamado de cianogênio, tão tóxico quanto o cianeto, que é semelhante a ele. A descoberta não recebeu muita atenção, até que alguém notou que a Terra passaria próxima à cauda do cometa Halley, em 1910. O respeitado jornal estadunidense “The New York Times” e vários outros questionavam se todas as pessoas do planeta morreriam envenenadas pelo gás tóxico, o que levou a uma onda de pânico nos Estados Unidos. Finalmente, cientistas com a cabeça no lugar explicaram que não havia motivos para temer a passagem do cometa, que ocorreu sem maiores problemas.

Diante do que a História nos mostra e diante dos fatos recentes, talvez seja o momento de acreditar um pouco mais nas afirmações e orientações dos cientistas e especialistas, ou mesmo nas escrituras sagradas – para aqueles que creem. Não cabe a nós, pessoas comuns, prever quando e como o mundo vai acabar.