No dia 18 de setembro de 1865, ocorre a rendição do Paraguai, depois do cerco de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. É um bom momento para lembrarmos daquele que é considerada o maior conflito armado da América do Sul. Muitos historiadores consideram que esta guerra foi um grande golpe na tentativa do Paraguai se tornar uma grande potência latino-americana. Conheça 20 Curiosidades sobre a Guerra do Paraguai e a Participação Brasileira.
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– A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.
– O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque paraguaio ocorreu após uma intervenção armada do Brasil no Uruguai, em 1863.
– Foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada Questão do Prata, em que o Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia sul-americana, tendo o primeiro sido a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o terceiro a Guerra do Uruguai.
– Em represália à intervenção no Uruguai, Solano López ordenou que fosse apreendido o navio brasileiro Marquês de Olinda. No dia seguinte, o navio a vapor paraguaio Tacuari apresou o navio brasileiro, que subia o rio Paraguai rumo à então Província de Mato Grosso.
– A derrota do Paraguai marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países mais atrasados da América do Sul, devido a diminuição da sua população, ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra, entre outros motivos.
– Em 7 de janeiro de 1865, são criados os corpos de Voluntários da Pátria, que pretendiam incentivar o alistamento de civis por ideais patrióticos. No começo até que dá certo, mas logo a empolgação passa, e o trabalho de alistamento se torna cada dia mais complicado.
– Os “voluntários” começam então a ser recrutados na marra. Cada qual dava seu jeito para escapar da guerra. Uns doavam dinheiro e empregados, outros tramavam para que inimigos políticos fossem no seu lugar. Havia até quem oferecesse familiares: sobrinhos, irmãos, filhos…
– A prática mais comum, no entanto, era a aquisição de escravos para substituir o convocado. Até o governo passou a comprar negros para as batalhas. “Forças e mais forças a Caxias. Apresse a medida de compra de escravos e todos os que possam aumentar o nosso Exército”, escreveu dom Pedro II ao ministro da Guerra.
– Estima-se que mais de 20 mil escravos tenham lutado na guerra. O número representa cerca de 16% dos soldados brasileiros. Como é de se imaginar, eram tratados como inferiores pelos companheiros. Muitos trabalhavam como criados dos soldados brancos.
– A ordem do dia para a Batalha de Tuiuti, uma das mais importantes da guerra, determinava: todos os batalhões deveriam estar a postos, inclusive “os bagageiros e camaradas (criados) dos senhores oficiais”. Era uma clara referência aos escravos que estavam na guerra.
– O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens. Algumas fontes citam que 75% da população teria perecido ao final da Guerra. Estimativas atuais, contudo, fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.
– Dos cerca de 160 mil brasileiros que combateram na guerra, as melhores estimativas apontam cerca de 50 mil óbitos e outros mil inválidos. Outros ainda estimam que o número total de combatentes pode ter chegado a 400 mil, com 60 mil mortos em combate ou por doenças.
– As forças uruguaias contaram com quase 5.600 homens, dos quais pouco mais de 3.100 morreram durante a guerra devido às batalhas ou por doenças. Já a Argentina perdeu cerca de 18 mil combatentes dentre os quase 30 mil envolvidos. Outros 12 mil civis morreram devido principalmente a doenças.
– As altas taxas de mortalidade na guerra não foram decorrentes somente por conta dos encontros armados. Entre os brasileiros, pelo menos metade das mortes tiveram como causa doenças típicas de situações de guerra do século XIX. A principal causa mortis durante a guerra parece ter sido o cólera.
– Não houve um tratado de paz em conjunto. Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram interrompidas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia.
– As aldeias paraguaias destruídas pela guerra foram abandonadas e os camponeses sobreviventes migraram para os arredores de Assunção, dedicando-se à agricultura de subsistência na região central do país. As terras das outras regiões foram vendidas a estrangeiros, principalmente argentinos, e transformadas em latifúndios.
– O mercado paraguaio abriu-se para os produtos ingleses e o país viu-se forçado a contrair seu primeiro empréstimo no exterior: um milhão de libras da Inglaterra, que se pode considerar a potência mais beneficiada por esta guerra.
– Depois da guerra, boa parte das melhores terras do Paraguai foi anexada pelos vencedores. O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões e a área conhecida como Chaco Central.
– O Brasil, que sustentou praticamente sozinho a guerra, pagou um preço alto pela vitória. Durante os cinco anos de lutas, as despesas do Império chegaram ao dobro de sua receita, provocando uma crise financeira. A escravidão passou a ser questionada, pois os escravos que lutaram pelo Brasil permaneceram escravos.
– O Exército Brasileiro passou a ser uma força nova e expressiva dentro da vida nacional. Transformara-se numa instituição forte que, com a guerra, acabou ganhando tradição e força interna e representaria um papel significativo no desenvolvimento posterior da história do país.
Aos que perguntaram sobre participação dos negros e mulheres na guerra do Paraguai (vale citar também os índios), gostaria de acrescentar o seguinte:
Antes, digo que concordo com um dos postantes que disse que não se deve desculpa alguma aos perdedores, guerra é guerra, e se teve genocídio, é consequência de quem a perde (poderia ser o Brasil a vítima). Os que mais ganharam com essa guerra foram ARGENTINA, INGLATERRA E URUGUAI. Ganharam muito dinheiro e colocaram pouca gente para lutar. Não perderam civis!!! O Brasil foi o grande prejudicado, mesmo vencendo, pois era o que MAIS TINHA A PERDER SE PERDESSE.
Os negros foram convocados à força, tanto no Brasil quanto no Paraguai mesmo. Isso mesmo, Paraguai também tinha negros, teoricamente libertos, mas escravos de uma época condenados a lutar. Na Bahia, muitos mestiços de negros foram recolhidos à força e integraram o batalhão dos voluntários da pátria. Boa parte era de mulatos chamados de vadios praticantes de capoeira, foram bons lutadores, e ao que parece, eram odiados pelos combatentes paraguaios, chamados de macacos. Um ataque frustrado a uma das fortalezas paraguaias matou 40 deles de uma só vez, pois após se esforçaram para atravessar um fosso que dava nessa fortaleza, o general argentino Mitre de repente ordenou a retirada, deixando-os à própria sorte (ou azar), sem cobertura, e esses heróicos foram impiedosamente liquidados pelas balas paraguaias. Nas pesquisas que sempre fiz não sei de mulheres do lado aliado que lutaram, só pelo lado paraguaio, mas não há destaques. A maior mulher dessa história é certamente a primeira dama paraguaia, a esperta Elisa Linch, a maior conselheira de Solano Lopez. O Mato Grosso e Goiás já eram cobiçados pelo Paraguai, por isso teve a invasão pelo rio Paraguai, e os brasileiros agradeçam a Deus e aos esforços dos lutadores índios GUAICURUS, por esses estados não serem terras paraguaias, pois a primeira resposta dada pelo império brasileiro foi lenta demais (pesquisar “A retirada de Laguna”), uma fracassada tropa de policiais mineiros mal equipados e sem conhecimento do terreno, com apenas 2600 homens, reunidos em Uberaba/MG e que foram tão fustigados que quase nem viam o inimigo, e tiveram que contar com a proteção indigena para não serem liquidados por completo, pois os paraguaios tinham mais de 6000 homens e índios guaranis,que combatiam descalços para não se atolarem nos enlameados pântanos da região. Os guaicurus eram povo guerreiro que combatiam à sua maneira e já eram conhecidos como inimigos pelos paraguaios, inclusive pelos guaranis que compunham grande parte da tropa de Solano. Acredito que graças aos índios guaicurus, que devem ter perdido muitos nessa guerra, é que o Brasil não teve a perda daqueles territórios. Viajo todo ano para Dourados, e me chama muito a atenção o Forte Militar de Guaicurus, que fica perto do Aeroporto da Cidade. Uma construção admirável e que protege Dourados e homenageia os guaicurus pelos esforços.
Ouvi dizer, numa viagem de ônibus, que até hoje ainda se encontram no solo de Dourados marcas das TRINCHEIRAS onde ocorreram as batalhas de 1864 a 1867. O mais curioso é que uma mulher que estava no ônibus fechou a cara para mim, ao ver minha curiosidade em querer conversar com um passageiro sobre isso, como se fosse um assunto proibido de ser conversado por lá. Ah, se não fossem os bravos guaicurus, e também os valorosos mineiros (talvez inclusos cariocas, paulistas e baianos naquela tropa), que perderam 75% das vidas pela guerra, fome e doenças, principalmente de cólera morbo, pois somente 700 soldados conseguiram voltar vivos para casa! Outro dado que vale a pena postar, um soldado chamado Marcelino que viveu até a década de 1960 – 1970 e tinha segundo uma entrevista na Revista Cruzeiro, uns de 130 anos de idade.
Nenhuma fonte primária ou documento que comprove o “genocídio” da população paraguaia foi apresentado!
me ajudou muito levei dez da professora num trabalho
eu queria sber quantos mortos teve de exato
Qual foi a relação do paraguai com a escravidão do Brasil?
Escravos que lutavam na guerra podiam voltar com a garantia de liberdade.
O tema da Guerra do Paraguai sempre me fascinou desde criança e das obras mais interessantes que li sobre o assunto reputo o trabalho de Francisco Doradioto o mais completo e isonômico, além de trazer o interessante debate do revisionismo histórico lançado nos anos de 1970 pelo Paraguai para tornar Solano López herói nacional.
Até hoje não consegui encontrar na internet nenhum mapa do Paraguai anterior à guerra, bem como não identifiquei também os mapas das áreas do território paraguaio incorporadas pelo Brasil e Argentina.
Assim, solicito dos debatedores, caso tenham, informações sobres esses mapas.
Grato.
hahaha, “…o mercado Paraguaio se abriu à Inglaterra…”? Jura? Antes eram 300.000 habitantes, depois, segundo relatos (? eram 150.000 miseráveis, qual era a importância disso quando a “Pérfida Albion” jogava cartadas decisivas na India e na China??
Gostaria de dizer que a guerra do Paraguai foi o ápice de questões (desde a criação da Argentina como conhecemos atualmente e a criação do Uruguai) pela definição de territórios e poder. Quando as colônias espanholas iniciaram sua independência cada província da Argentina atual era um país a parte, (olhem os sites da história de cada uma) e a Argentina atual existe em função do Brasil. O Paraguai iniciou a guerra por querer expansão territorial até o oceano Atlântico. A província de missiones que está de posse da Argentina pelo tratado de guerra seria Brasileira e o Café Filho que estava indo A Argentina em 1954 PARA TRATAR de sua devolução ficou retido pelo mau tempo em foz do Iguaçu e após voltou para o Rio de Janeiro em vez de ir a Buenos Aires
Os Estados Unidos também não foram leais aos negros que lutaram na Guerra da Secessão vejam o filme Tempo de Glória, que foi fato verídico e me digam o que ganharam aqueles rapazes afro descendentes que lutaram com muito valor, sendo que esta batalha foi a primeira de suas vidas, e para a grande maioria foi a última.
na verdade o maior beneficiado com a guerra do paraguai ao contrario do que todos dizem que foi a inglaterra, na verdade foi a argentina