Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, a partir do século XVII, e defendia o uso da razão para promover mudanças na sociedade. O pensamento iluminista contestava o modelo de sociedade que surgiu a partir do século XV, caracterizada pelo chamado Antigo Regime. As ideias iluministas foram difundidas através das obras dos chamados filósofos ou pensadores iluministas. Conheça 5 Grandes Filósofos do Iluminismo Europeu e as Suas Teorias, muitas das quais têm forte influência política até hoje
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1. Locke
Pintura do pensador Locke
John Locke (1632-1704) foi um pensador inglês. Criou a obra “Dois Tratados sobre o Governo”, na qual defendia que o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade. É considerado o pai do liberalismo, filosofia que defende a propriedade privada, a igualdade de todos perante a lei, a limitação do poder do governante e o livre mercado. O liberalismo político atacava diretamente o princípios do absolutismo, sendo que as ideias republicanas, constitucionais e o direito ao voto surgiram a partir do liberalismo.
2. Montesquieu
Pintura do pensador Montesquieu
Charles Secondat, ou Barão de Montesquieu (1689-1755) foi um pensador francês. Criou a obra “Do Espírito das Leis”, na qual defendeu a separação dos três poderes do estado, ou seja, o Executivo, Legislativo e Judiciário. A separação dos três poderes tinha como objetivo limitar o poder do governante, para evitar abusos de autoridade, comum nos governos absolutistas. Foi um dos grandes filósofos do Iluminismo.
3. Voltaire
François-Marie Arouet, ou Voltaire (1694-1778) também foi um pensador francês. Criou a obra “Dicionário Filosófico”, na qual defendia que a mistura de religião e política criava governos injustos, que defendiam os interesses de apenas uma parcela da população. Apesar das críticas, Voltaire não desejava o fim da monarquia. Para ele, o governo ideal era a monarquia esclarecida, ou seja, o poder do rei mediado pela ideias iluministas. Voltaire também defendia a liberdade de expressão. Foi autor da frase: “Posso não concordar com uma palavra que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las”.
4. Rousseau
Pintura do pensador Rousseau
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um pensador suíço. Criou a obra “Do Contrato Social”, na qual defendia que a sociedade era capaz de corromper o ser humano, eliminando a sua bondade natural. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como fatores essenciais na construção de uma sociedade mais justa e democrática. Entretanto, esse modelo só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida. Foi autor da frase: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”.
5. Diderot
Denis Diderot (1713-1784) foi um pensador francês. Junto com D’Alembert, criou a obra “Enciclopédia”. Seu objetivo era reunir todo o conhecimento que a humanidade havia produzido até sua época. A criação desta obra foi um fator determinante para que as ideias iluministas se espalhassem pela população, adquirindo grande visibilidade. Diderot foi autor da frase: “O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre”.
Voltaire, como todo iluminista, era anticlerical e condenava a Idade Medieval. De medievo=intervalo, como se nada existisse entre o mundo antigo e o mundo em que vivia Voltaire, um grande hiato, ou lacuna, dominado pela Igreja Catolica romana. Esta noção é falsa , pois o papa só deu efetivamente as cartas exercendo um poder acima dos reis entre 1050 e 1300).
Voltaire foi perseguido no seu país e exilou-se na Inglaterra,uma sociedade aristocrática , mas que tinha vencido o absolutismo. Lá teve contato com textos de Locke. Voltaire criticava o atraso de sua França e ironizava, sobretudo o Sacro Império Romano: “Não é nem sacro, nem romano e nem império”.
Voltaire, porem ainda acreditava que a monarquia era um governo viável, desde que o rei fosse alguém secular, acima de todas as religiões e culto (uma esperança antiga que já existia entre Platão e Marcus Aurelius: os déspotas esclarecidos).
Voltaire foi convidado do Frederico II, o grande genio militar rei da Prússia ( estado semimembro do Sacro Império Romano) para construirem juntos o despota esclarecido ideal, mas rapidinho (8 anos) se desentendeu com o rei.
Voltaire não gostava de Rousseau.
Voltaire aos 69 anos, era respeitado em seu país de origem, embora criticasse católicos e huguenotes.Em Toulouse, o pai de um jovem suicida foi acusado de indiretamente ter sido a causa da morte do filho católico, porque ele, um protestante, forçava sua conversão. O pai foi julgado sumariamente, e executado de modo torturante. Voltaire, após expor mais de 100 argumentos a favor do pai, conseguiu que o governo inocentasse o pai, infelizmente, postumamente. Mas a defesa de Voltaire resultou no Tratado Sobre a Tolerância que deveria ser lido por todos nós atualmente.
Geente, Falem mais desse voltaire?
Só uma pequena observação sobre esse trecho do texto referente ao pensamento de Locke: “as ideias republicanas, constitucionais e o direito ao voto surgiram a partir do liberalismo.” O republicanismo é uma tradição de pensamento político mais antiga do que o liberalismo e remete à obra de Cícero ou até mesmo Aristóteles. Não podemos nos esquecer inclusive do pensamento republicano no renascimento italiano, hoje largamente estudado. O pesquisador Maurizio Viroli em seu livro Republicanism (tradução americana) chega a sugerir inclusive que o liberalismo é uma forma degradada do republicanismo. Estou conhecendo o Blog agora e estou achando muito interessante.
Mas estas são do Montesquieu mesmo:
1) Falsa felicidade torna uma pessoa séria e orgulhosa. Ela nunca partilha sua felicidade. Verdadeira felicidade torna a pessoa gentil e sensível e desejosa de partilhá-la com o mundo
2) Uma nação pode perder a liberdade em um dia e NÃO sentir falta dela por um século (isto é especial para nós pós-ditadura)
3) Frequentemente vence no mundo, o sábio que se faz de tolo.
Ou a frase seria do Diderot?