Neste vídeo, Mário Sérgio Cortella, professor de Filosofia da PUC-SP, autor de mais de 18 livros, participa do programa Agora é Tarde, de Danilo Gentili, para uma conversa bastante variada sobre a natureza da filosofia e o trabalho de um filósofo.

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A forma como Mário Sérgio articula a conversa com a filosofia é fantástica. Mas parece não haver harmonia entre o convidado e o anfitrião. Gentili parece não estar informado do assunto e utiliza o humor (?!) como mecanismo de defesa. Provavelmente, o Jô Soares seria um anfitrião mais interessante para este tipo de conversa.

Como usar em sala de aula

Alguns pontos interessantes que podem servir de “bússola” para usar esta entrevista em sala de aula, como debate

  • O filósofo ou professor de filosofia deve articular a filosofia com o dia-a-dia. A filosofia não deve ser colocada em um pedestal, inatingível. Asas e pés de chumbo, segundo René Descartes. Partindo dos pés no chão, o filósofo eleva um pouco para ir além da superfície.
  • A filosofia nasce da prática. Muitas das atuais ciências surgiram a partir do pensamento de filófosos e, mais tarde, adquiriram “vida própria”, como biologia, física, química, etc.
  • O popular seriado “Chaves” rende uma boa discussão filosófica. Segundo Cortella, o personagem Chaves é inspirado no filósofo cínico Diógenes, que vivia pelado dentro de um barril. Chaves é o único personagem que tem liberdade, além de utilizar a frase cínica: “foi sem querer querendo”.
  • O uso intensivo de redes sociais pode ser uma forma de compensar o fato de não termos uma boa relação com nós mesmos. Segundo Cortella, muitos não navegam na internet, naufragam.
  • O livro Alice no País das Maravilhas, do professor de matemática Lewis Carroll, tem muito de filosofia. Alice pergunta ao gato: “para onde vai esta estrada?” O gato responde: “para onde você vai?” Alice responde: “não sei, estou perdida”. E o gato: “para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”.