Fotos post-mortem são aquelas capturadas após a morte de alguém, geralmente um ente querido. O que para nós parece bizarro, mórbido, às vezes até monstruoso, era algo comum para algumas famílias do século XIX. Assim, é importante cuidado ao julgar o passado com o olhar do presente.
Para fazer esta lista, tive que empreender um exaustivo processo de pesquisa, ainda que muitas informações estão perdidas no tempo, especialmente o ano das fotos. Além disso, não há garantia que tudo que está exposto aqui é verossímil, apesar do esforço que fiz para evitar o erro.
Mãe segurando seu bebê falecido.
As fontes utilizadas foram Imagens Históricas, Wikipedia, American Daguerreotypes, Thanatos Archive
O interessante foi perceber que, em várias fontes pesquisadas, destaca-se um sensacionalismo exagerado. Não foi raro encontrar sites ou blogs utilizando adjetivos como: “fotos bizarras”, “fotos horripilantes”, “fotos assombrosas”, etc. Na verdade, estas fotos não representam nada disso.
Afinal, devemos lembrar que cada povo, em determinado contexto histórico, manifesta sua cultura ou suas crenças de uma determinada maneira. Neste sentido, as fotografias post-mortem estão inseridas em um dado momento da história.
Se você deseja saber por que fotos post-mortem eram populares, onde e quando ocorriam com mais frequência e as técnicas utilizadas para dar ao morto um aspecto de vivo, não deixe de ler a postagem
- 15 curiosidades sobre as fotos post-mortem
1
Criança morta, possivelmente com alguma doença grave, abraçada pelo seu pai. As fotos de crianças mortas eram mais comuns, pois a mortalidade infantil era elevada durante o século XIX.
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Bebê colocado em seu pequeno caixão. A utilização de flores como homenagem aos mortos atravessou milênios, sendo que as primeiras evidências destes rituais datam da Pré-História.
3
Bebê morto, colocado em posição como se estivesse vivo. No decorrer do século XIX, 57 em cada 100 crianças, faleciam antes de completar cinco anos. A impressão de que o olho está aberto era feito através da técnica de pintura de pálpebras, feita geralmente após a revelação da foto.
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O bebê está morto, colocado com as mãozinhas juntas, como se estivesse em oração. O que chama atenção nesta foto é uma pessoa, talvez mulher, atrás da cadeira, escondida. Este tipo foto, conhecida como hidden mother (mãe escondida), era comum para acalmar crianças vivas na hora da foto. O problema é, que, neste caso, a criança está morta.
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Esta foto mostra a mãe e os bebês mortos, com exceção do terceiro bebê da esquerda para a direita. A mulher teve uma gestação de trigêmeos complicada e um trabalho de parto pior ainda, que durou várias horas. Ao final, a mulher e dois de seus bebês não resistiram. O que sobreviveu foi criado pelos tios.
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Bebê morto no colo de sua mãe. Alguns apontam que a mãe também está morta, o que é possível, considerando a rigidez das mãos e o possível retoque nas pálpebras. Há uma outra versão de que o nenê está vivo e a mãe está morta. Será?
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Duas irmãs, possivelmente gêmeas, sendo que a sentada à esquerda faleceu. A pintura das pálpebras foi realizada para da a impressão de que estava viva.
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Garoto falecido em posição sentada, como se estivesse em contrariado. Algumas famílias preferiam uma aparência mais vívida de suas crianças.
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Família posando ao lado da falecida, em pose de como se estivesse dormindo no chão, ao lado de um ursinho. Muitas vezes, dependendo das condições financeiras, era a única foto tirada juntando boa parte da família.
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A adolescente vestida de preto, em pé, está morta. É possível ver sinal de rigor mortis, que é uma mudança química nos músculos, causando aos membros do cadáver um endurecimento, tornando a região mais escura pela concentração de sangue.
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Pai e mãe tiram foto ao lado de filha recém falecida. Para fazer o corpo ter aparência vívida, além da pintura de pálpebras, também se utilizava forte maquiagem. Percebam que a falecida aparenta estar com a face corada.
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Bebê falecido com aparência serena, colocado em uma cadeira e rodeado por outras crianças, possivelmente irmãos.
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As fotos post-mortem não ocorreram apenas na Europa, nem mesmo apenas no século XIX, apesar de serem mais comuns neste contexto. Esta foto, da década de 1930, foi tirada na Vila de São João Velho, ao lado do município de São João Novo, SP, Brasil. Junto ao corpo do bebê, estão Julieta Bosco e Idalina Tozzi.
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Mais um exemplo do trabalho feito para dar ao cadáver uma aparência vívida. Na foto desta criança, foram utilizadas pintura de pálpebras, maquiagem para corar a face e, aparentemente, algum efeito para aparentar que sua boca está aberta.
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As fotos post-mortem se popularizaram a partir do daguerreótipo – técnica que reduzia o tempo da fotografia, criada por Louis Jacques Mandé Daguerre em 1839. Porém, mesmo esta técnica exigia que o corpo ficasse parado. Qualquer movimento, como nesta foto, dava uma impressão fantasmagórica.
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Esta foto esta à venda no e-Bay, como fotografia post-mortem, apesar de alguns pesquisadores colocarem em dúvida a morte desta menina. Por outro lado, a rigidez da musculatura e a cor escura das mãos pode ser um sinal claro de rigor mortis.
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O garoto está morto. Pode-se notar a apreensão da garotinha, a qual estava posando ao lado do irmão morto, e que estava abraçando seu ombro como se estivesse vivo.
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O trabalho e a produção feita no corpo desta adolescente são impressionantes, sendo que ela parece estar vestida de noiva. Será que a menina estava prestes a casar? Por outro lado, pode ser alguma vestimenta utilizada em igrejas.
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Garotinha falecida junto às suas bonecas favoritas. Crianças geralmente pareciam estar em repouso, muitas vezes posando com seus brinquedos favoritos.
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Corpo de um garoto que parece olhar para fora da janela. Esta foto tem uma certa licença poética, não apenas pela aparência do pequeno falecido, mas pela posição e foco da câmera.
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De acordo com alguns historiadores, estas fotos se tornaram frequente quando a Rainha Vitória, da Inglaterra, pediu que fotografassem o cadáver de um parente, para que ela guardasse como recordação.
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De acordo com a pesquisadora Mary Warner Marie, as fotos post-mortem eram uma forma de trazer o ente querido de “volta à vida”, imortalizá-lo e diminuir a dor do luto.
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A menina em pé está morta. É possível observar uma base por trás dos pés da menina e um suporte que passa, com pinças da cintura ao pescoço. As amarras teriam fios duros correndo na parte de trás para mantê-los no lugar. As pupilas são pintadas sobre as pálpebras fechadas.
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Pai segurando o seu bebê falecido. Alguns apontam que o pai também está morto, mas não parece haver indícios da morte do homem. Além disso, a posição da mão segurando a mãozinha da filha dificilmente seria possível se estivesse morto.
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Muitas vezes, as fotos post-mortem eram tiradas durante os enterros, com os familiares em volta do caixão. Isto ocorria quando a família do morto não possuía dinheiro o suficiente para pagar um estúdio fotográfico.
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Várias mulheres, possivelmente irmãs, junto a um corpo virado de costas. Não se sabe o motivo desta posição, possivelmente devido a desfiguração do rosto. Alguns apontam que as seis mulheres estão mortas, mas não é o que parece.
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Corpo preparado em estúdio. Mostra a utilização de equipamento elétrico com a finalidade de provocar reações musculares, para que a pessoa morta apresentasse expressões sentimentais.
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Durante a Era Vitoriana, – período em que a Rainha Vitória, da Inglaterra, esteve no poder (1837-1901) – as mortes ocorriam em casa e faziam parte do cotidiano. A expectativa de vida de um homem geralmente era de 44 anos.
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O falecido está ao meio, seu nome era John O’Connor. O impressionante é que esta foto foi tirada dois anos após a sua morte. É possível que o corpo tenha sido conservado através de processo químico ou, dependendo do ambiente, até natural.
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Produção de corpo em estúdio que mostra algumas técnicas para capturar a foto, como posição da câmera e a utilização equipamento especial para ajustar o falecido à cadeira.
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Foto de um cadáver de meia idade, capturada em 1860. A foto foi tirada para dar aparência de vivo, mas a técnica utilizada parece ser mais rudimentar. Para fixar o pescoço, está sendo utilizado uma espécie de garrote, que foi durante muito tempo utilizado com instrumento de degola.
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Esta foto é considerada por muitos um mistério. O rosto fantasmagórico, que parece envolto em uma túnica, provavelmente é uma pintura que está sendo segurada pelo homem de terno e gravata borboleta. Será que a pintura era do falecido quando era mais jovem?
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Adultos ou membros mais velhos da família apareciam em cadeiras, ou mesmo em pé.Para fazer fotos em que o falecido está de pé, eram utilizados estacas de sustentação. A imagem acima mostra como o corpo era posicionado.
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A mulher ao meio, com olhar distante, está morta. Em algumas montagens, os falecidos eram colocados em pé ao lado de familiares, sentados com pernas cruzadas em sofás, lendo livros, abraçando um ente querido, ou outra pose que fosse normal para quem estivesse vivo.
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Até os animais muito queridos eram fotografados quando a família era mais abastada. Neste caso, o corpo do cachorrinho foi acomodado e devidamente preparado para a foto.
Interessante é que as fotos da era Vitoriana pareciam de pessoas vivas e não mortas, e que a expectativa de vida era bem menor naquele século XIX
Acho tudo muito natural ,até porque na época era a maneira que tinham para lembrar dos entes queridos ,não me da medo, pois o meu medo as vezes é com quem está vivo.
algúem?
Eu tô lendo isso a noite mano. ):
Ai. Medinho…
Tem um filme sobre essa prática, com o nome de ” A noiva” um fotógrafo que fazia fotos de pessoas mortas… Filme de terror!
Obrigado pela dica, Eslen. Vou acrescentar nos recursos correspondentes aqui no site.
A maior representação de que só depois que perde , valoriza.Sera por quê essas pessoas abastadas nunca fizeram fotos do ente querido vivo? Coisa de ser humano que desde sempre não ligou para a vida de quem estava perto e após a morte,resolveu fazer algo para sim mesmo: foto da pessoa morta para lembrar o quanto foram idiotas em.nao fazer em vida.Homebagem póstumas para mim não valem.Tudo é bom quando a pessoa está viva.
Uma foto desta custava uma fortuna. Além disso, era um costume do final do séc. XIX.
Comentários de gente idiota. Medo de que? De pessoas mortas? Vocês devem ter medo é de pessoas vivas, suas antas.