A prática do Ensino Religioso consiste, entre outras coisas, em promover o exercício da tolerância, a sensibilização para a diversidade cultural e religiosa que temos no planeta terra, assim como uma possível harmonia entre fé e razão.
Assim, quando falamos em origem da vida, devemos considerar a visão de duas áreas que tomaram caminhos distintos, mas que podem se complementar: a religião e a ciência. Esta foi a proposta que fiz aos meus alunos de Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Para isso, fizemos uma comparação entre dois vídeos, que disponibilizo abaixo. O exercício de comparação poder ser uma importante habilidade a ser desenvolvida no aluno. Consideramos, assim, centrar o processo pedagógico não no conteúdo, mas no desenvolvimento destas habilidades. Nesta atividade, a habilidade em questão é
Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
Origem da Vida
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Este vídeo foi produzido pela History Channel e possui uma abordagem mais científica sobre a origem da vida, ainda que conte com a contribuição de algumas pessoas ligadas ao meio religioso. É um documentário extenso, mas utilizei apenas a primeira parte, de 10 min.
Dentre as partes discutidas, estão:
- o grande mistério acerca da origem da vida e a necessidade de procurar as peças necessárias para montar o quebra-cabeça. Levanta a questão: este quebra-cabeça será, um dia, completado?
- a forma como os antigos gregos acreditavam que tudo na natureza era composto pelos quatro elementos (terra, água, ar, fogo), sendo que o filósofo Aristóteles falava de um quinto elemento (quintessência).
- a composição da vida orgânica na terra pelo carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio (CHON).
- a ideia de uma fábrica da vida onde, a partir da composição química, seria possível produzir qualquer tipo de vida.
Poeira das Estrelas
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Este vídeo foi produzido pelo físico brasileiro Marcelo Gleiser e transformado em série no programa Fantástico, da Rede Globo. Neste caso, eu utilizei apenas o primeiro episódio, que aborda uma visão mais religiosa acerca da origem da vida.
Dentre as partes discutidas, estão:
- a construção do monumento de Stonehenge (Inglaterra) pelos celtas e o grande mistério acerca de sua construção, considerando o peso das pedras.
- a capacidade criativa do ser humano pois, de acordo com os pesquisadores, Stonehenge era um grande observatório astronômico. O sol nascia exatamente em um dos pilares do monumento.
- As diferentes visões religiosas acerca da origem da vida: para os druidas, sacerdotes celtas, o mundo foi criado por deuses e por eles seria destruído; para os Yanomâmi (Brasil) e Maori (Nova Zelândia), o mundo surgiu do nada; para os taoístas chineses, o mundo surgiu do caos.
- A energia que gerou o Big Bang estava concentrada em um espaço equivalente à ponta de um alfinete.
E você, acha que religião e ciência podem caminhar em harmonia rumo ao conhecimento acerca da origem da vida?
ahhhhhhhhhhh veio eu queria um texto sobre esse texto ai me vem videos me poupe nao recomendo este site a ninguem
Ok
Como já disse: Uma possivel ponte entre as duas esferas seria a Filosofia.
Ela lida com intuição e razão.
Como falou o astrônomo e padre jesuíta Guy J. Consolmagno: “A religião é a razão de eu fazer ciência (…) a religião e a ciência definitivamente sobrepõe-se em um lugar, e esse lugar é o ser humano, que faz a ciência e tem a religião”.
A relação Ciência e Religião é sem dúvidas complexa mas, sobretudo, antiga e essencial. Como historiador e pesquisador das religiões (em especial o Cristianismo Antigo) gostaria de relembrar que até muito recentemente, no Ocidente dos séculos XVI e XVII, a razão/filosofia/ciência não era vista como contrária ou aversa à religião/fé. O “confronto” entre Ciência e Religião é uma construção do discurso dos pensadores (cientistas e/ou religiosos) ligada ao fima da Idade Moderna e iníco da Contemporaneidade. Como refência para lançar boas luzes sobre essa temática indico a obra: NUMBERS, Ronald L.(Ed.). Galileo goes to jail and other myths about science and religion. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2009. Disponível em: http://depositfiles.com/en/files/b0yj0cqnj.
…entre outras coisas, porque uma das coisas que metodo cientifico exige é a reprodutibilidade de resultados, o que, depois de formada a conclusao cientifica, embasará prediçoes cientificas.
Mas quando se lida com seres inteligentes, suas respostas aos mesmos estimulos podem diferir de um dia para outro (algum de nós acorda bem humorado todo dia?). Por isso a Psicologia (de vivos mesmo, nao precisa meter os mortos na jogada) , nao é uma ciencia como a Fisica ou mesmo a Biologia.
Sou kardecista, acredito em reencarnaçao.
Ha muitos cientistas ateus e religiosos que tentam negar a existencia da comunicacao com mortos ou mesmo da vida pos-morte, USANDO O METODO CIENTIFICO. Em contrapartida , ha cientistas que sao kardecistas que tentam demonstrar a existencia das mesmas coisas USANDO O METODO CIENTIFICO. Os dois grupos darao com os burros na agua…
O velho filosofo Aristoteles dizia que os humanos sao capazes de obter conhecimento com 1)percepcao “pura” direta (boto o “pura”” entre aspas, pois isto ano existe),2)emoçao/sensaçao 3)reflexao/raciocinio/razao/logica 4) intuiçao (a compreensao de alguma coisa “em bloco” (somente muito recentemente a Neurociencia vem tentando entender como se daria isto).
Aristoteles dizia que a Arte trabalhava com percepçao e emocao, a Filosofia com intuiçao e razao, Religiao trabalhava com emoçao e intuiçao e Ciencia com percepcao e razao.
Daí o dialogo entre Ciencia e Religiao ser dificil e a comparacao entre as duas quase impossivel.
Falam linguas diversas e tem objetivos e meios diferentes.
Um dialogo entre as duas esferas relgiosa e cientfica, pode ser prolifico, como o dialogo entre fé e razao, mas elas sao incomparaveis.
Sim, mas é sempre bom manter a mente aberta, afinal, o conhecimento advindo da visão científica tem menos de 500 anos.
Se realmente ha um tempo onde nem o tempo existia fica muito dificil, a ciencia se meter aí, já que a noção de causalidade cientifica pede que haja um tempo (causa vem ANTES de consequencia) ou pelo menos uma entropia crescente ( se toda a materia concntrada na cabeça de alfinete for o estado material de organização maxima e de bagunça minima).
Este papo é meio enrolado mesmo.
Eu acho que o principal problema é colocar o discurso cientifico no mesmo patamar do discurso relgioso-filosofico. A ciencia explica muito bem o COMO das coisas ocorrerem, mas é péssima para explicar o PORQUE, as causas últimas.” Nada” pode ir alem do BigBang, pois segundo os proprios ciencitstas nao havia nem tempo, nem materia antes dele. Qualquer discussao sobre objetivos ou planos são carimbados com um “teleologico” e desprezado, no mundo cientifico. Comparar argumentos cientificos e religiosos´é como comparar alos com bugalhos. Uma possivel ponte entre as duas esferas seria a filosofia. Mas quando um questao filosofica encontra uma resposta indubitavel ,a questão automaticamente é transferida para esfera da ciência.